segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Evocando o avesso
As cinzas lavam o corpo
Maldito, sem consolo...

Facadas da mera verdade...
Envenenam o coração
Fantasmas e passados
Caçador d'uma comunhão
Dos insolúveis, sem mão
Religião

Fogueiras marcadas
As Bruxas, remorso cinza
Fervor na coisa divina
Cria Humana torna viva
Toma dor
O injusto afina
Os olhos em correntes buscas
Emparedadas, 
sem ida

(Apolo Júnior)

Cabalístico:

Sete demônios para cada estilhaço
Existência possui um duplo
Obscurecido pelo chamado vilanesco...
Entendo o vulto.

Cisne negro, metade
Na sombra da Lua
Pelas idades crava
Envenena a maçã
Rói o caule
Com toda brabeza para a raiz.

Todos movimentos evocam
Aqueles olhos Afiados
E o coral de espíritos urra
Na sonolenta entrega
Para uma Voz rouca no coração.

Sete demônios na minha casa
Os Ancestrais inquietos riem
Mistura do meu sangue
Espirrado e voluntário...

Sete demônios ao redor
O Avesso é pesado
A carne cansa nesta escura vibração
Pois amanha estarei morto
Dançando
Besta Louca
Escorpião

(Apolo Júnior)
 
 

Labirinto:

Apolo, que mundo pequeno o seu.
Aqui fora o vento evapora
Tranquilamente em guerra...

Apolo, que mundo pequeno o seu.
Sua sede é medida
Pelos maiores libertos
No Grau de Labuta pra bater ponto

Apolo, que mundo pequeno o seu
Está encurralado
Perto das traças
Na podridão do existir

Apolo, que mundo pequeno o seu
Estes quartos de cabelos arrancados, seu suor péssego
Seu passado reprimido

Apolo, que mundo pequeno o seu
Jaula fundida na escama de seu corpo
Mentalmente perfurado por trancas

Apolo, que mundo pequeno o seu
Sem saída
Será que o compartimento do seu corpo encontrará a fluidez do sangue?

Apolo, o cheiro da soltura só alivia incomodados
 
(Apolo Júnior)
 
 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Érre


Nos contornos
Um milhão de ideias
Em todas elas: ...

Refazer
Refazer
Refazer...
Refazendo
Refazer-se
Refazendo-se.
Remando
Revivo
Refeito
Fazendo de Ré
Ré fazendo

(Apolo Júnior)
 
 

Alucinóginas :

O meu coração tece os fios brancos do tempo torto,
e todo e loiro é vento, e negro
E liso e firme eu entro.
Desfeito,
eu bebo....

Com dedos em pratos momentos ao palpitar, ao paladar.
O sexo tem cheiro , escama e cabelos, neblinas e luar,

eu bebo

Bebo do fumo rasteiro, fumo do bebo espelho,

refeito, desfeito, refeito, desfeito, inteiro.

Sombras dos olhos, uivos dos poros, sem polo,

eu bebo
E este som sente ir  

meus dedos.

(Apolo Júnior)


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Faíscas

Uma grande ação:

Percebo minha ignorância
mato a covardia
A natureza em mim é viva
procuro outra moradia
E o pensamento não vem com sua pá para me cimentar em definições.
                                                                                                      estas vigas da verdade...

única certeza: Existo!
expiro e respiro uma dimensão
importante não é a consagração
O fazer alivia
aquela velha mordida
Do tempo

neste caso, movo para o acaso.
A redoma finita se quebra
porque o que resta
está composta por verdores
                                     de todas as cores
                                               exteriores ao senso
                                                      em baixo, à frente
                                                                      por Dentro.


                                                    (Apolo Júnior)
                  




segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Limpa Torta Metamórfica



 

Uma bolha para furar

Destino que vou rumar

Não eu, mais seu

Vendaval vou voar.

E ao Vazio que completa

Esta mania incerta

De namorar palavras

Em Cenas incorretas

Do subterrâneo

De mim mesmo, assim manso

Andando

Catando

Pulsando

Pelo que transforma

 Estrutura em beleza

Da Alma que comporta

De frente, alheia

Bolha de sabão: certeza

Ergue-se agora 
 
Assim Inteira

Sem resposta  

sobre a mesa.
 
 
(Apolo Júnior)
 

 

domingo, 27 de setembro de 2015

Lobisomem

                         cura
              loucura
      procura
 altura 

Tateando a face
com dedos nas sombras
pertenço ao embate
no turvo as soltas

e no turvo
              procuro
                         o ESCURO
                              rouco
                      impuro

A luz prata,
entre encruzilhadas
de quem sou, de quem fui...
               tudo graças
a redonda Dama de prata.

nos fios o imundo
para o mundo girar
onde eu possa andar
invertido, impuro
metamorfose ao luar

                                         afiado
                 não mais pelado
animal torturado
      
             pelo tormento que cruza
             nesta procura:
                  procuro sangue
             minha agonia segue
               o outro sangue.

Sou animal e humano
para linguagem rimar.
sou monstro , insano
mordido ao amar
                          o inumano.

aqui Sindarta.
morro na prata.

o coração não aparta
meu mostro;
     palavra
    mim'alma
sensação literária.
                    e esta é
                      A bala que me mata.
                               
(Apolo Júnior)


 

sábado, 12 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Equívoco depois da aula de filosofia


A Impalpável incongruência do meu ser
assenta agonias, sem porque
fixando no amontoado de inacabados
agindo e amolando
as peças sem quebra e nem cabeça

na Cabeça, a divindade do ser
nas palavras, a divindade da alma
Platão e Aristóteles,
as peças da Felicidade que anda;
Andar aos labirintos.

Sinto, penso e vejo
consideráveis partes que não se encaixam
mas que formam , sem forma
a alma, um espírito descontrolado
que controla-se ao entender
e age ao sentir, pensando
nas contemplações óticas
e que agora estão estáticas.

Não quero este acomodamento
antes incompletude
que linearidade.
falta medida
e um socorro

E assim morrem os suicidas sem o sensível.



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Conto: Calor do Caminho Agreste

                      (Primeira Versão)

 Ao cedo acordar, Daniel notou os primeiros filetes de sol... quentes! As portas, o ar, os objetos caseiros, o barro; Todos encorpados, claros, assassinado as sobras de toda casa. E então vem o assobio dos pássaros...

- Daniel, vá comprar galinha, Bora!

Palavras avexadas e roucas, esta era sua avó. Desceu da cama, e não ouvia os próprios passos, pediu a benção, bebeu da água, vestiu qualquer coisa e meteu os pés para caminhar.

Ruas. As ruas de pedras descascadas, pisadas dos pés daquelas pessoas destroçadas com calcário. O Arrastar de chinelas, a indigência torpe do sertanejo, folhas secas, cantos dos pássaros, cachorros e galos: Isto é vida naquele ambiente pálido! É com essa maneia de enxergar que Daniel passeava por aquelas ruas, estava diferente, pensou nas propostas de seus primos. Migrar para fora destas coisas miúdas... cidade grande! Paraíso, trabalho, dinheiro, longe, sem família, sem paz, e... Eita, a galinha !!!

O sino da igreja toca para a missa das 7 horas, nossa senhora, santa Teresinha, e uma galinha pra almoçar. Na rua, as meninas paqueram, mas Daniel não tem tempo de um acocho pois sua avó sofre dos nervos, tudo teria que ser logo. Chama a Kátia e a Marcinha, dá um abraço nas meninas, fala que precisa ir ao frigorífico do Seu Enoque, se não vai fechar.

- Mais tarde vou com os moleques pra quadra, vejo vocês lá

- Tudo bem Danielzinho , até já

As duas respondem, rindo e rindo sem parar. Na outra esquina, outras meninas, e em casa sua avó já pensava  10h30! Pisando em ovos esse menino está.

Quente, o sol bate sua lapada em todas as formas daquele lugar, e de tanto bater racha todas as gentes. O centro é longe. Vira numa rua, dobra na outra, sobe um morrinho. Daniel só pensava em logo chegar para jogar bola com os moleques, e depois de breves conversas, queria as meninas, esta volúpia de beijar, mas ainda estava estranho... é longo o caminho.

Tinha 16 anos, responsabilidade, homem quase feito, pensava em algum defeito de viver neste lugar. Seus primos, todos altos, vamos pra cidade grande ficar. Seu avô, homem da roça, terrinha, aqui é meu lugar. confuso, confuso, notava tudo, neblinas claras e quentes, e continuava à caminhar.

O dia estava tão quente, como sempre, mas desta vez o Sol com sua quentura cegava a visão de Daniel e o forçava à pensar, ele não era disso, mas além de cabelos queimados, a cuca queima , e com ar seco respira. Em si precisava pensar. Seus devaneios apontam para o nada, não existe bússola para determinar para si o caminho pra seguir, todos desejam destinos, mas o incerto é um norte. Norte ao Este

Surge a praça da cidade e um povo debaixo das árvores, com seus jogadores de xadrez, vendedores de fruta, e agora os ratos . Época de eleição, políticos forçosamente passando a mão lavada no rachado povo para pedir voto. Simpáticos eram todos aqueles sorrisos, falso eram todos aqueles pedidos já  realizados , e tudo isso acalentava as pessoas que se arrastavam em seus bois e cacetes para ouvir o clamor de uma nova e lisa pista. Daniel passou sem dar atenção para esta repetição, contudo aqueles gritos de EU VOU martelavam sua cabeça, e notou que ser auxiliar de pedreiro era tarefa de formiguinha no calcanhar dos ricos deuses. E mais um pouco andou...

Finalmente entrou naquela vermelha vendinha de geladeiras e brasas com os corpos despedaçados de suculentos animais. Possua-me, oh cheiro de carne.

- Opah, Seu Antônio me dê uma galinha

- Um galeto rapaz! E comadre Mariquinha, está bem?

- Meio azuada, mas está bem. Tomando remédios, os médicos dizem que é depressão

- Eita, essa tal depressão tá pegando todo mundo, nome bonito pra problema nos nervos, Eu digo a comadre pra sair mais pros sítios, ver o sol...

- Nem se ela quisesse, está com as pernas travadas, reumatismo, agora vive com a barriga no fogo.

- Ei tu Visse a lapada que o teu Sport ganhou ontem?  hahaha

- Roubado, Juiz safado, o Corinthians sempre é ajudado ! Os times do nordeste não tem vez irmão.

- Que nada de time de nordeste, eu vou com o melhor hahaha

Não adiantava argumentar. Seu Antônio pega a Ave já preparada, recentemente morta, e entrega ao rapaz.

- 15 conto

- tá caro

- 12 pra você, agora vai logo, tua vó já deve tá braba. A baixada é longe e já é quase 11h00. Dá uma carreira... anda seu chorão, manda lembrança pra comadre!

Daniel se despede correndo, correndo, pois passou muito tempo pensando e devagar andando, as vezes é ruim pensar muito. Tinha que decidir. Olha a hora!!! Ouvia o estalar das chinelas no duro chão de pedras cobertas por poeira. Os estalos eram como os ponteiros que giram em torno, de ponto a ponto. É o tempo que vai com a vida que se repete.

Moreno e pequeno, Daniel pulava, segurando com as duas mãos o corpo animal que ele e sua família sedenta de fome dariam dentadas, a galinha, e única coisa forte que tinham, o morder, porque os dentem já caíram. As vacas morreram na seca, o leite faltava além da água. Daniel ainda pulava, sensação de que anda mais não sai do lugar. Vira numa rua, dobra na outra, pula um morrinho... Imaginava-se preso como o resto da população por entre as rachaduras que a terra abrira, mas logo pela aquela que ele havia passado havia uma folha verde, pequena, quase do tamanho de um musgo. Será que ainda dá tempo de estudar e sair disso? Cidade grande não fará sentido sem estudo. Luz forte, muita sede, calor intenso e os pés fortes.

O cheiro das casa de farinha onde trabalha, está perto de casa, precisa de um valioso copo d’água e acalmar de vez a agonia de sua avó. Chega abre as portas, coloca a galinha no tábua em cima da pia pra despelar. Sua avó de rosto feroz, xinga com voz ainda mais rouca, e tece perguntas. Então Daniel entende que é mais um dia, onde palavras áridas voam e as pedras da incerteza rolam sem destino, tornando-se poeira, a poeira que entra na casa e na vida daquelas pessoas, daqueles sertanejos, gente iluminada pela luz viva, cortante, o calor que divide as estradas e reflete nas profundezas com este algo lá fora, o Sol.

 



 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Leviandade ou alter ego ou Depois de ler A Paixão Segundo G.H.

          Dentro de mim há uma angustia que mata-me aos poucos, a covardia me separou, assassinou palavras, eu assassinei palavras...a covardia esqueceu-me do que deveria nascer, do bruto que é lixo, resíduo, eu sou um lixo! E a preguiça me deixa pequeno, impotente sou. Existe incertezas nesses vários eus, quem eu serei? Em qual dos polos encontrarei meu Apolo? Em muitos anos tentei me achar, mas me perdi, me perco no mar, sou coisa miúda no universo, sem lar.
           De repente o nada é tudo e me completa, é minha paixão, um corpo avantajado, um orifício pequeno, leve no toque e com o peito aberto pelo selo. Os poros excitados em apenas um beijo, o vazio beija e produz o ato da solidão. A solidão é meu pai, é minha mãe, é meu namorado, é minha namorada, irmão, irmã, o sangue, mas não é todo mundo, não é o carinha da esquina, não é peguete esquecida. A solidão é meu Deus, o divino não existe, é meu verdadeiro amor, um completo vazio que é tudo e nada, ing e yang, meu equilíbrio de sempre porque desarmado estou.
      - Eu sou G.H, quem tu és? Eu sou G.H. Antes eu era Gregor Samsa, hoje eu sou G.H.  Mas G.H. é corajosa, comeu a si própria, não si jogou fora, não correu, engoliu o próprio nojo, comeu barata. Eu que barata sou, serei esmagado pela minha própria massa branca se não me dispor para deixar fluir, se não me deixar ser, ser invocado, ser esquecido, para o quebranto da alma.
         Dizem que falar de seu intimo é fracasso, falar de si próprio é fraqueza - achas isso? pois aqui reconheço meu fracasso e minha fraqueza, sou fraco porque deixo as palavras entrarem pelas minhas narinas; sou fraco porque consagro a completude do esvaziamento. Prefiro isso do que ser enganado até depois da morte em vãs esperanças. Eu sou Temerário, procuro a largueza e alargo-me no vazio. Isto não é depressão, é compreensão de mim.
        - Aos completos, eu digo: Caramba, você cedeu bastante, foi quem não é para passar a mão nas pernas da bondade, e a bondade? ela existe? e a maldade? ah, estamos todos juntos, separados em visões que nos colocam em jaulas: política, religião, formação, Seu Nada e Seu Ninguém, ninguém se conhece, ninguém se sabe.
     - E assim viverei, deixarei minha humanidade engolir a covardia para substituí-la, para sê-la completamente em mim, humanidade mal dita, que não dita os passos dos caminhos tortuosos. Vejo a incompletude completando-se todo dia para a morte do medo. Então agora tenho leveza para voar sem penas aos altos coqueiros, sem deixar o temor me cair, pois alegre ficarei, pois assim serei -----

- Apolo Júnior em gratidão a indomável Clarice Lispector.


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Extinguir-se

Pedi que fosse liberto,
como as  danças mais ousadas
mas em mim nasceu pequeno,
como pessoas emparedadas.

O rosto possui desejos,
a unha já mutilada
arranca do bojo, o plástico,
firula !
Desta face enfaixada

E vem o verniz, que em tudo brilha
mas que na alma amarra.

Coberto, mais uma vez estou
do que precisa ser retirado
Sou moldura sem pássaro.

O Terror de sempre ser assim me diminui ainda mais
O que sobrará? irmãos ao redor são os mesmos
só, preso, pequeno e vazio, é o destino dos ocupados.
É a embalagem dos escondidos.

Ave que perdeu a vontade de voar.

- Apolo Júnior


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Representados :

No Sertão, pouca coisa resta
além de Solidão,
momentos estáticos com poeira
esta aparência leva.

Aos poucos, em pedregulho
Galhos e matos.
Aos poucos, falta orgulho
Ventos, Chuvas
Carrapatos.

Poucas Vacas.
Pouco sangue.
Poucar o pouco

E nos Rostos
a voz dos arranhados
sinta-os, silenciados

O sol, corta,  quente
Mora com ausentes

Aqueles, estão fora !
da farta mesa desta Mídia

-Apolo Júnior

sábado, 8 de agosto de 2015

Espelho Ama dor:

A Face de um desencorajado
Corrói por dentro
Verbos sem vento...

Morrem na mente, no intento, por dentro
Palavras sem vento
Não aguento!

Cruzam as veias,
Correm nos dedos
Puxam os braços
Caminham na alma!!!

O som é agitado, acabado,
Arranhado em padrões
Insurgiu !
Abafado, agonizado
Quase quebrado.

E quebrou.
E na face, mais uma vez
Estou desfigurado
Inadequado

- Apolo Junior



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

( )

As mãos da descrença perfuram o coração como um instinto
carnívoro para secar o que resta...o vazio...
Martelam inquietações. confusão!

O desvalor da essência para a percepção de erros
mas na verdade, erros não existem, também não
existe acertos;
descontentamento.
existe o Nada. Um escuro. O vazio

Esse algo de in; incolor, imperceptível, quando irá revelar se?

Imaginação, quando mostrará verdade? Esta Sensação,
um lugar de certeza, como uma rocha
que trás a verdade, o firme. o direto!

Gostaria deste preenchimento, até ocorre em fantasias,

mas é passageiro...

 Olho a face, com as mãos, brancas de palavras raivosas,

mas mudas ou finas em presença

A face cobriu-se delas, do tudo que é permitido...

do nada que é nada

É preciso gritar!!!! É preciso pedir, orar,

para que este corpo retalhado encontre A Luz Salgada do Amor.

- Apolo Junior


sábado, 1 de agosto de 2015

A Proposta:

Um meio de tirar dos cadernos, o rabisco. As linhas tortas de tão finas se findam. Esta ficção precisa de representação, uma plataforma visível para expor suas agonias, idiossincrasias, devaneios, estórias.
O vazio não suporta, quer asas, voar para os olhos dos curiosos, se sentir notada. Uma grande exibicionista é a ficção voante, não?  Observa tanto e agora quer observação...
Aqui não haverá realidade, dela só quero os elementos. Aqui não será o Apolo, pessoa física, abestalhada, dele só quero o Esforço.
Vamos invocar as sensações, o avassalamento, os frutos doces e podres do ser
Exaltação da palavra que canta, ouve, nota, amarga, salga, planta, colhe, morde, urra
A Palavra, em uma brincadeira diabólica.
Invenção de histórias:
algo a dizer, para os registro da banalidade, afetividade, das vírgulas que me amam, dos amigos e críticos que me traçam.
Neste momento O boçal se suicida porque esqueceu-se da boçalidade
Literatura de tão humana e Viva, quer imortalidade,
Cansou de se esquecer
De perder para a covardia as palavras limpas, brutas, as cenas frias e escuras
A claridade, momentos de infância
Palavras !
Como ainda mesquinho, está sujo, bruto.
Desta forma:
Aos Diabos, O boçal
Aos Humanos, o imortal
Aos deuses, a descrença.
Agora sim, respiramos a Inquietude.

-Apolo Júnior