Um meio de tirar dos cadernos, o rabisco. As linhas tortas de tão finas se findam. Esta ficção precisa de representação, uma plataforma visível para expor suas agonias, idiossincrasias, devaneios, estórias.
O vazio não suporta, quer asas, voar para os olhos dos curiosos, se sentir notada. Uma grande exibicionista é a ficção voante, não? Observa tanto e agora quer observação...
Aqui não haverá realidade, dela só quero os elementos. Aqui não será o Apolo, pessoa física, abestalhada, dele só quero o Esforço.
Vamos invocar as sensações, o avassalamento, os frutos doces e podres do ser
Exaltação da palavra que canta, ouve, nota, amarga, salga, planta, colhe, morde, urra
A Palavra, em uma brincadeira diabólica.
Invenção de histórias:
algo a dizer, para os registro da banalidade, afetividade, das vírgulas que me amam, dos amigos e críticos que me traçam.
Neste momento O boçal se suicida porque esqueceu-se da boçalidade
Literatura de tão humana e Viva, quer imortalidade,
Cansou de se esquecer
De perder para a covardia as palavras limpas, brutas, as cenas frias e escuras
A claridade, momentos de infância
Palavras !
Como ainda mesquinho, está sujo, bruto.
Desta forma:
Aos Diabos, O boçal
Aos Humanos, o imortal
Aos deuses, a descrença.
Agora sim, respiramos a Inquietude.
-Apolo Júnior
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